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Apagão da mão de obra qualificada
Quinta-feira, 18 de Fevereiro de 2010 Enviar por e-mail Versão para Impressão acessos
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Temos de agradecer a Deus por este fantástico Brasil, nossa Pátria amada, imbatível e inigualável em todos os aspectos. Mas frágil, muito frágil na força motriz do desenvolvimento pessoal e consequente evolução social, que é a educação. Esta deficiência traz reflexos latentes sobre a formação profissional. É o apagão da mão de obra qualificada.

Estatísticas do ano passado, portanto, recentes, mostram a nua, crua e triste realidade. Eis os fatos: empresas brasileiras deixaram de preencher 1,6 milhão de vagas, por absoluta falta de capacitação profissional dos candidatos, sintetizada em baixa escolaridade, total despreparo técnico e pouquíssima experiência. Aliás, foi um recorde de sobra de vagas no mercado de trabalho com carteira assinada. As maiores ofertas de empregos não preenchidas estão nas áreas de Engenharia, Nutrição e Farmácia.

Repare que os fatos se desdobraram em meio à crise internacional, que produziu amortecedores e diminuiu a voracidade empregatícia. A preocupação com a desqualificação profissional é legítima e cresce à medida em que se consolida a tendência de aumento na retomada da atividade econômica, a exemplo do processo já visível na China, Índia, Coréia do Sul e em outros países.

No Brasil, a escassez de profissionais qualificados já é considerada um gargalo comparável à falta de infraestrutura e de logística – o apagão portuário diz tudo – e à alta carga tributária, já tão justamente alvejadas de protestos dos setores produtivos.

Além dos campos com maior carência de pessoal habilitado, é importante salientar que também faltam auxiliares de linha de produção, pedreiros, operadores de telemarketing, eletricistas, torneiros mecânicos e trabalhadores para áreas ligadas ao setor naval. Ou seja, em que não se exige formação universitária. A taxa de preenchimento de vagas para nível superior foi de apenas 22%; para o grupo de menor escolaridade, míseros 39,2%.

As pesquisas, estatísticas e informações são de fontes oficiais do governo – SINE/CAT, IBGE e Ministério do Trabalho –, que confirmam a incapacidade de atender à demanda, apesar dos aventados investimentos em qualificação profissional. A esfera federal injetou R$ 600 milhões em 2009 e R$ 800 milhões neste ano. Ao mesmo tempo, existe um esforço gigantesco empreendido pelo governo paulista que, nos últimos cinco anos, acelerou pesado na implantação de Escolas Técnicas e Faculdades de Tecnologia – Etec’s e Fatec’s.

A procura por trabalhadores capazes de atender às necessidades dos contratantes é tão intensa que se tornou cotidiana a prática de caçar mão de obra à laço. Enquanto há empresas que buscam talentos dentro das universidades, outras frequentam feiras das principais instituições de ensino de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Detalhe: contentam-se com estagiários. Outro exemplo é o de construtoras que colocam placas nos próprios canteiros de obras, indicando os profissionais de que precisam.

Embora seja imperativa uma solução imediata para o problema, em sã consciência, sabemos que qualquer alternativa eficaz só surgirá a médio e longo prazos. Isto, se começar agora um trabalho conjunto do poder público com a sociedade civil. Entendo como prioritárias e mais prementes, uma série de medidas simultâneas:

• Período integral obrigatório nas escolas públicas e particulares para alunos da Educação Infantil e Ensino Básico; e formação profissionalizante com garantia de estágio ou de colocação como aprendiz;
• Maciça expansão da rede pública de escolas técnicas, de nível médio, com oferta de cursos amparada em criteriosas análises de demandas do mercado;
• Adequação, com inquestionável qualidade, das disciplinas dos cursos superiores para assegurar aos estudantes formação compatível com a realidade do moderno mundo globalizado;
• Reordenamento dos objetivos das entidades do sistema “S” – Senai, Sebrae, Senar, Senac, Sesi e afins –, em conjunto com estabelecimentos de Ensino Médio e Superior e com sindicatos para, coletivamente, cumprirem com eficiência a importante tarefa de capacitação e qualificação profissional. Há tempos, observa-se atuação positiva, porém, solitária dessas instituições, o que neutraliza a capacidade de resultados coletivos.

Com muita ênfase, registro, novamente, que a base de uma sociedade igualitária, mais fraterna e justa se faz com altíssimos investimentos, bem aplicados – vale dizer – na EDUCAÇÃO.

Países, outrora muito pobres, sem recursos naturais nem fontes energéticas e com condições climáticas adversas, surpreenderam econômica e socialmente o mundo. Isto, porque se alicerçaram na educação que mereceu altos investimentos ao longo de, no mínimo, 30 anos consecutivos. Mirando-se nestes exemplos, o Brasil – abençoado por seus dotes naturais – tem uma palavra de ordem a seguir: “Educação de qualidade já!”
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